quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Tarde,
sem sol,
a lua,
deitada sobre a ausência,
se mostra inteira
e meia parte sua dança,
ciclicamente,
sobre as lembranças largadas por onde já não anda...
A redondeza,
a luz
e a ausência guardada...
...tudo se move
por sobre,
dentro
e entre seu todo nada ser...

...E nada diz,
tudo pensa
e se deixa seguir pelas ruas lembradas
embora ela,
nua,
permaneça vaga
e só
dançando calada sob seus sonhos
e sobre o todo azul de si,
por dentro e por fora
de sua sala de estar...
...embora ela mesma por lá já há tempos não esteja...
Luiz Dutra - dezembro/2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Azul, entre olhos e sons, trazes guardado em teu peito, agora silencioso, o fim, o meio e o início... ...e recomeças a pintar, com teu sorriso, a vida que recomeça... Luiz Dutra - novembro/2013

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vejo, incertas, cada parte minha... ...minhas idas, vindas e outras que, sem nomes ou sobrenomes, se assoman aos tics do incessante tac-relógio-eu... Vago oco de estsradas, pessoas, coisas e palavras e silenciosamente danço transparente, cego, pelas cordas de uma guitarra-blues... Sigo vendo e ajuntando-me, caco a caco, até colar-me dentro do tempo já ido para enfim lançar-me no vento-agora, até que não me sobre histórias que possam me assombrar ou não me deixar anoitecer e, por fim, adormecer e dormir por dentro o que sempre me desperta por fora... Abro a janela, agora, a lua já se foi e foi-se junto a noite que era de se dormir; e eu apenas olho para o nada dentro e fora e rio, solitariamente e silenciosamente olhando o ir e vir do barco que pus sobre o mar que se formou abaixo da minha janela e a deixo escancarada, pois ainda posso querer voltar... Luiz Dutra - novembro/2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Levo minha cara nas mãos,
minhas mãos entre rios
e rio daquilo que já sabia...
Por tras dos muros,
passáros cantam...
São canções que esclarecem,
de eu para eu mesmo que os tais nunca existirão
ou serão
existentes;
embora separantes das coisas...
...as velhas das novas
e as outras
ainda de outras,
Ando por dentro dos risos
e guardo os rios,
os lagos
e o mar salgado que provoca ondas dentro d'alma minha...
embora ainda seja minha a hora que chega,
o sol  que aquece
e a capacidade de repitar os muros que desenhei um dia...
Agora minha cara esta no vento,
minhas mãos sobre a colina
e durmo na alma minha...
Luiz Dutra - outubro/2013