quarta-feira, 24 de abril de 2013


Via o sol,
fechava os olhos 
 
via a lua...
Falava de lua,
lembrava do sol
e se demorava a vagar...
...a rua seguia,
seus olhos fechados,
suas mãos vazias
sua cara pintada
a lua...

...o sol...
tudo dentro do nada...
Os pés pisavam no que pensava,
as mãos vazias,
recolhia nada
e nada mais dizia.
O dia findou,a noite caiu sobre sie mesmo assim,
insistiu em ser quem já não era.
A lua se foi por fora,
o sol para fora,
e
fora de si,
ficou sua alma,
batendo insistente numa porta que não permitiu abrir...
Luiz Dutra - abril/2013



Vago incerto,

certamente vago de qualquer ideia...

Penso,

escrevo,

não esqueço e durmo na rede azul do teu olhar...

Tu espias por dentro,

eu recordo de ti em cada flor do jardim...

As borboletas sobrevoam minha cabeça,

pássaros pousam sobre o muro,

o muro que separa nos dois;

enquanto surgem novos botões,

enquanto meu riso ecoa por dentro,

enquanto as horas não passam,

enquanto deixo-me ser quem ainda não havia sido...

...e abro o portão que havia trancado dentro de eu

e

saio cantando aquela canção,



misturada de foi

e

de serás...

...e sinto o calor do sol sobre o corpo meu....

Luiz Dutra – abril/2013


O espaço imenso
                       o pensamento largo
a porta fechada
o mar azul
o sol escondido
e o dia se indo...
...guardo tudo isto no armário...
                                                       Debruço-me na a janela
                                                                                                enquanto tu,
ao longe,
acenas
e escreves sob o silencio
aquilo que já não lembro...
 
Luiz Dutra - abril/1013