terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A chuva,
a janela aberta
o vento batendo á porta
e o sono,
que faria parar a chuva,
não a que cai lá fora, e, sim, a que cai por dentro
bem dentro  do que me faz ser,
na casa de existir...
a chuva,
o vento,
a tarde guardada no bolso do tempo,
o tempo brincando de esconder,
guardando o amanhã
e libertando junto com a chuva dos olhos,
as nuvens de relembrar os ontens que desejo sempre esquecer...
E adormeci!....
Luiz Dutra - janeiro/2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

A casa às escuras,
a rua sem rumo,
a lua fora do céu
e o céu sem anjos...
...Tudo deserto,
mergulho no meu silêncio,
desço os degraus,
adentro o porão 
e tranco meu grito no baú de não se ver...
a escura casa,
eu sem rumo,
na rua;
o céu fugindo,
a lua ,
o jardim com suas flores murchas
e meu silêncio corroendo meu corpo,
minh'alma,
meu dia
e a melodia daquela canção que ontem lembrei...
Hoje,
não lembrei de esquecer...
Luiz Dutra - janeiro/2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dentro,
inteiro e sem fim,
do buraco que há em mim
a voz do vento sai
e
entra
e novamente desfaz aquilo que havia feito...
E desfeito,
refaço mesmos caminhos,
adentro o mesmo buraco
e sento,
caladamente esperando,
outra vez,
o mesmo vento...
Luiz Dutra - janeiro/2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A lua,
longe,
tarde,
agora,
entro dentro,
saio de mim
e onde estou,
tu,
luminoso sol,
abres as janelas,
 colocas flores nas floreiras,
decoras as paredes
e me fazes casa 
corpo
e
alma
deste eterno amanhecer do amor em mim...
Luiz Dutra - janeiro/2012