Hoje,
parado dentro,
como quem pede licença e senta,
querendo apenas observar a própria vida,
o desenrolar do existir,
dei-me conta,
sem poder contar as vezes tantas,
da dualidade existente..
existo alegria,
que tu vês
e
sou
o oposto,
bem guardado onde não vês...
há um sorriso fora,
e,
nem lágrima,
nem intenção,
nem mais nada para além;
além do que me vêem,
sou uma realidade outra,
mas quando se ausentam todos,
sem mais olhos,
nem mesmo os meus,
há um cansaço pelas mesmas derrotas,
sempre,
e,
também um saber bem mais,
do mais de mim que digo a ti...
... por que dizer-te mais,
é ter que encontrar mais um meio
de disfarçar
este então dito.
E capengo pelos dias,
alegando a eu mesmo,
que por ordem de Alguém devo buscar a água,
pois a boca esta seca...
...embora saiba que jamais chegarei até a fonte...
...mas saberei que a sede se esconde,
e,
tranquilamente,
espera pela chegada da água...
Luiz Dutra - dezembro/2012
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