Passeio entre ontens,
agoras
e outras manhas...
fecho meus olhos para ver
o jardim sem cor,
o céu carregado
o vazio do copo
e o corpo velho;
guardo tudo dentro dos olhos,
olho para o dentro
e saio,
ensaio voltas
e dou voltas em torno das horas que já passaram
enquanto,
gota a gota,
escorre de mim qualquer coisa que era,
qualquer coisa que poderia
e outras que apenas acenam depois de caídas como a dizer
nada
ou qualquer coisa que eu, já surdo por dentro,
não ouso querer ouvir....
Enquanto sigo para lugar algum,
meu peito se rasga
e pássaros,
que eram meus companheiros,
esvoaçam,
distanciando sem que eu os ouça se cantam,
se riem
ou se já emudeceram pelos anos aprisionados
e sem cuidados dento de mim...
E a noite surge,
nao há luzes...
apenas um vento que a mim não chega,
apenas o reconheço pelo balançar dos meus pensamentos...
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