Presa no espelho
retida face
que me olha
e vê o dentro
do centro de onde sai;
Às vezes solta risos,
não aquela,
então a outra que estranho fora
noutras horas fala das coisas,
coisas que apenas ela conhece
porque existem apenas onde habita a refletida face,
não a face que a reflete.
Entre eu e ela,
face,
esconde-se o espelho
e entre o espelho e a outra face,
a minha face encoberta pelos olhos,
olhos meus que não aprenderam a ver,
com os olhos que ali refletem,
a face que se deixa refletir...
...Quando então nos ausentamos,
resta ao espelho refletir o relógio e suas loucas horas,
estático por fora...
...mas em eterno movimento no seu dentro...
Luiz Dutra - outubro/2011
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