sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Abri os olhos,
noite ainda dentro do sono,
sono de noite acontecendo
sendo inesperadamente manhã fora de mim...
Abri os olhos,
a vida escorre sorrateiramente,
incide sobre ontens,
amanhãs que sonho
e no sonho vejo-me dormindo
acontecendo hoje...
Os pássaros ainda cantam,
ao longe vaga a luz do dia,
meu jardim ainda floresce
e o perfume das rosas o vento leva,
antes de chegarem ao meu nariz...
Fecho os meus olhos de noites dentro do dia,
levanto o corpo
ando sobre as horas
e salto pelos tempos verbais
que não conclui
sem desejar
sem almejar onde chegar,
a não ser
apenas despertar...
Luiz Dutra – novembro/2011

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