domingo, 13 de novembro de 2011

despertei num tempo inexistente,
adormecido para este em que vivo
e vi o vento,
valendo-se de sua calma-fúria,
lançar a minha frente páginas fotografadas
e assinadas pelas mãos minhas,
embora eu não mais a reconhecesse ...
Li coisas que disse,
vi fotos de coisas que fiz
e me desfiz por dentro,
sem despertar quem adormecia fora...
...O tudo visto,
ouvido e lido
embora ato meu,
não encontrava eco
nem trazia lembranças que me fizessem reconhecer aquele pedaço meu
e por que eram,
dizia o vento,
coisas minhas,
minhas mãos rasgaram em pedaços e esticaram aos ventos tantos,
tantos pedaços quanto escritas linhas,
fotos
meus-não-meus atos
e outros indescritíveis movimentos...
O vento levantou  pedaço por pedaço
rodopiou,
espalhou,
juntou e desapareceu...
...adormeci naquele tempo
e despertei num agora vazio,
cheio de ecos que não cessam
e porque não cessam,
adormeci sobre o branco papel da vida-agora
num tempo de inexistentes esquecimentos
e também nulas lembranças...
Luiz Dutra - novembro/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário