Acordei dentro do sono,
o sonho
a noite,
a lua distante
o escuro,
o quarto...
... e eu lá dentro
que andava tonto,
cambaleava por dentro da realidade,
tateava na claridade,
buscava o achado
e quanto mais perto do longe chegava,
mais longe do perto eu me permitia estar...
Adormeci cansado,
cansei da busca,
da luz,
do caminho,
da realidade
e
do sonho
arranquei do céu a lua,
apaguei a estrada,
desliguei a claridade,
acendi a escuridão
e descendo o porão dos acasos perdidos,
ou,
bem guardados,
cobri o espelho e me debrucei sobre o silêncio :
fechei os olhos,
calei minha voz
e só então pude ver os raios,
os relâmpagos,
as tempestades,
os entardeceres,
as manhãs sem
e
com sol
e porque o filme de tudo isto se projetava no céu,
por instantes,
permiti que minhas mãos aplaudisse o solitário ator...
...Após veio o barulho,
imenso,
do vento a apagar a vela que clareava o escuro
do imenso dentro,
lá dentro de mim...
Depois não lembro,
não esqueço
nem adormeço
tão pouco durmo,
apenas vivo,
se for isto pouco
ou muito,
não guardo,
nem gasto,
apenas faço uso!
e isto é tudo!
Luiz Dutra - novembro/2011
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