Acalma minh'alma a noite que passa na minha janela;
Encosto os olhos no vidro,
meus ouvidos escutam o silencio lá fora...
Meus cachorros latem
e abanando o rabo, me sorriem felizes.
Meus gatos me olham,
minha mão vai tocando o teclado
e vou jogando na tela sobras de mim...
Rimo saudade
com emoção;
pensamento
com coração
e ouço
e silencio
e falo
e deleto...
Ouço alguém que desesperadamente grita,
apago a luz,
desço as escadas do tempo
e no escuro porão de eu mesmo
encontro o grito que ouvia.
Acendendo uma vela,
a deixo com ele,
e dando a ele também
água e comida
subo as escadas,
acenando tchau,
para a imagem presa, que sou eu mesmo, naquele porão...
Acendo a luz
e adormeço o corpo
enquanto minh'alma grita,
bebe
e se farta do alimento
que se multiplica na máquina da minha memória...
Luiz Dutra - setembro/2011
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