quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Trago no bolso da lembrança as chaves da porta,
e por que não sei mais abrí-la,
a casa desaparece,
sumindo sempre entre as névoas de meus olhos...
Então,
chove nas vidraças,
pinga gotas pelo teto,
enquanto o tempo, preso,
permanece no relógio da parede,
a rede desarmada,
os tics-tacs insistentes de um ontem que não volta,
as paredes desbotadas,
os cachorros adormecidos,
as flores esperando a primavera
enquanto pássaros e borboletas,
pacientemente esperam,
cada qual em seu lugar,
o retorno da casa,
das flores de outrora
e de mãos que saibam,
novamente,
usar as mesma e antigas chaves,
para com elas abrir a mesma porta da casa...

Luiz Dutra - setembro/2011

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