Acordo sem dormir,
durmo sem acordar;
enquanto a incoerência saudável revela o desvelo em si,
arranco de mim os capins,
planto outras palavras,
escrevo outras razões,
acordo novos acordes
e danço à beira do caos...
Durmo ao meio dia,
levando pra dentro do sono o sonho,
explodem bolhas coloridas,
as bolhas de sabão do que desejo
e sopro meus pensamentos,
e calo em mim a língua
e cerro meus olhos,
aflito de amor e dor,
buscando entender as coisas
que dormem fora de mim...
Acordo a meia noite,
explodem tantas ideias,
corro para o papel,
como a correr medroso,
simplesmente para o colo teu...
E durmo outra vez por fora,
enquanto os olhos de dentro espreitam aflitos
aquilo que chamam fantasmas
e neste vai e vem de palavras
foge de mim a saudade,
teus olhos invadem os meus,
e durmo nos braços teus...
Luiz Dutra - setembro/2011
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