sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A chuva,
a tarde,
o frio...
...tudo transcorre igual,
de forma bem diferente dos olhos outros.
A poça continua lá,
embora sem o barquinho de papel,
e este sem as mãos que o lançassem neste instante...
Um pássaro voa baixo,
asas encharcadas, porém de bico ereto,
olhos abertos mirando sempre a frente,
sempre o horizonte...
Rio da tarde,
da janela,
do gato e de eu mesmo,
assim tão viajante,
mesmo que por instantes,
em terras dantes pisadas...
... e dou as costas ao tempo
e encolho-me feliz nas cobertas quentes do hoje
apreciando os olhares felinos que indagam
-"E nós, amigo. Não conta não?"
E dormimos redondo no quadrado do quarto...

Luiz Dutra - setembro/2011

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