quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A gata pendurada,
a grade do tempo,
minhas mãos,
a mão do tempo,
água,
ração-comida,
deito sobre seus pêlos,
miando baixinho...
a gata desce,
olhos grandes,
imensamente azuis,
olha-me,
fecha seus grandes olhos
e sem miar,
lentamente ronrona ao meu lado
como quem diz,
amigo,
pense, que te ouço,
e para alegrar teu momento solidão,
dou-te meus pêlos,
para que deites tua cabeça
e sinta-os como fossem minhas mãos,
minhas mãos fazendo xamego dentro do teu coração...
E sorri,
adormecidodo pendurado na parede da memória...
Luiz Dutra - setembro/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário