Dorme sobre mim a noite em que partiste,
faz frio,
é escuro
e o silêncio se incorpora em cada hora que vai passando...
Dorme os amanhãs,
os sorrisos que em nós,
e por nós nasceriam,
as manhãs de despertar tranquilo,
na calçada à luz do sol,
contando as laranjas lá do pé
e rindo dos risos da criança ao nosso redor...
Dorme a casa,
o jardim,
as rosas
e as demais flores que não nasceram
e também dormem no florista ou em qualquer outro jardim,
por que apenas planejamos plantar,
e não tivemos tempo para concretizar
pois fostes recolhida antes para que te plantassem em outro lugar...
Dorme sobre mim a noite,
e quando desperto,
o sol a bater nas vidraças,
vejo teus olhos azuis pendurados no céu,
e dormem em mim todas as saudades,
e seguindo a borboleta azul
sigo ao jardim e vejo,
revejo teus passos e teus dedos abrindo todas as rosas,
como desejo eterno
de não deixar que durma
nossos ontens neste hoje...
E voltam os passarinhos,
as borboletas todas
a rodar no carrossel
do amor que nunca dorme,
para sempre,
eternamente,
em cada um de nós...
Luiz Dutra - setembro/2011
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