quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ainda me guardo,

e ainda me traio;

caminho incerto,

certo de que o espantalho,
preso e suspenso sob a horta das minhas lembranças,
se mentém desperto...

Ainda refugio-me nos mesmos buracos,

ora largos,

alguns apertados

e tantos inexistentes ao ver,

mas tocáveis dentro daquilo que sou

e vou seguindo,

dançando,

chorando

e acrescendo sempre algo do novo

que o velho lembrar me concede...

então me guardo,

encolho meus sonhos

e os recoloco nas mãos do vento...

...e deixo que as mesmas mãos me afaguem,

me ninem

me façam dormir

e também acordar

para viver, enfim,

aquilo que mesmo eu já esqueci...

Luiz Dutra - setembro/2011

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