segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sonâmbulo,
vou à janela dos olhos teus
Abro-as devagar e espio...
Vejo-te sentada,
o sofá onde te sentas é verde,
há flores em teus cabelos,
na televisão ligada passa um filme,
filme que ainda ninguém filmou...
Lês silenciosamente a poesia que ainda não escrevi
enquanto no rádio toca a nossa canção,
canção que não lembramos...

Tu,
lentamente levantas e te diriges à cozinha
trazes do rosto um sorriso
e nas mãos duas taças...
Tu as enches de suco,
suco de ilusão
e as abandonas sobre a mesa
e deliras,
e danças,
e balanças tuas mãos num aceno nulo de intenção...
Miras minha foto no porta retrato à tua frente,
esticas tuas mãos, trazendo-o para junto do teu peito...
Meu coração pulsa,
meu corpo desperta,
o vento,
como um sopro saído de teus lábios,
invade meu quarto...
Faz frio,
e sou sozinho...
Então fecho a janela,
janela dos olhos meus e adormeço,
adormeço tranquilamente,
nos braços ilusoriamente teus...Luiz Dutra - setembro/2011

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