quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A porta abriu-se,
não havia mais espelhos,
nem outros rostos, senão o meu
e por que era meu o rosto,
sorri...
A porta,
aberta aos ventos todos,
corro os dedos sobre a alma que me forma
e forma a imagem do corpo que a carrega.
Fecho meus olhos para ontens,
e meus ouvidos para as batidas que são dadas na porta...
Abriu-se,
como imagem-porta,
a estrada reta,
ou torta
ou outra inexplicável forma
e ela se estica tal qual tapete verde à minha frente
e por que não preciso mais fechar a porta,
ela mesma não voltaria a fechar-se, nem sozinha
nem com a ajuda de minhas mãos,
vasculho meu coração
e deixo que a brisa refresque meus pensamentos...
Enquanto já não ouço mais baterem à porta,
ouço sim passos apressados e som de quem abre o portão
e sai, em busca de outra porta onde suas mãos possam bater,
ou buscando abrir,
mesmo sem entender,
sua própria porta para não mais precisar bater na de outro alguém...

Luiz Dutra - setembro/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário